sábado, 23 de janeiro de 2016

Havia um corucão no meio do caminho...

O corucão (Chordeiles nacunda) é uma ave da família dos bacuraus e curiangos (Caprimulgidae) que se caracterizam pela camuflagem na serrapilheira e hábitos noturnos, são  também conhecidos por dorme-dorme.
Há tempos procurávamos esta espécie que nos pegou de surpresa em um de nossos passeios de fim de tarde. Na ocasião, um bando estava nas proximidades de um açude e quando nos aproximamos para fotografá-los voaram à procura de um novo local para descanso.



As aves demonstraram seu comportamento de forrageio, capturando pequenos insetos durante o voo e evidenciando também sua envergadura de aproximadamente 70 centímetros, o que os classifica como o maior dos bacuraus.


Esta espécie é um lifer* para a cidade e também para nós.
Até a próxima

Thuísa e Bida





*Lifer: espécie que ainda não havia sido registrada. 

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Lá para as bandas do Cézar...

Ontem dia 13/01/2016 contamos com a ilustre presença do amigo Luís Eduardo Fritsch e Michel Cezar para realizarmos uma passarinhada na Palmeira.

Iniciamos a saída às 7:00 da manhã em virtude da temperatura e por ser o horário indicado para observação. Nos dirigimos à propriedade do amigo Michel Cézar, lugar sensacional, muito bem preservado e que sempre nos revela surpresas, como iremos ver daqui para frente.

Após nossa chegada, nos dirigimos primeiramente ao banhado onde as primeiras espécies começaram a dar as caras, Marreca-pé-vermelho (Amazonetta brasiliensis), Tiziu (Volatinia jacarina), Curutié (Certhiaxis cinnamomeus), João-teneném (Synallaxis spixi) e uma espécie muito interessante, que por mais que não se tenha obtido um registro fotográfico, foi muito bom poder vê-la,  trata-se da saracura-sanã (Pardirallus nigricans) que passou saltitando pela nossa frente.

Curutié (Certhiaxis cinnamomeus)
João-teneném (Synallaxis spixi)
Em seguida nos dirigimos até a mata, onde no primeiro momento já podemos observar um Bico-grosso (Saltator maxillosus), ave muito bela e por vezes confundida com o Trinca-ferro (Saltator similis), segundos após isso escutei uma vocalização e não quis acreditar, pois recém estávamos na borda da mata próximo a um emaranhado de taquaras, logo comentei com os os guris: “gurizada acho que tem um Cisqueiro (Clibanornis dendrocolaptoides) aqui” , ave ameaçada de extinção devido a degradação de seu habitat, logo ficamos em silêncio esperando a próxima nota a ser emitida para a confirmação, e não deu outra, era mesmo. Como o de costume deu um “baile” até conseguir ser fotografado, então já estávamos satisfeitos por conseguir ver esta espécie sensacional, sem dúvidas já poderíamos voltar para casa, mas não hehe, seguimos à procura de outras espécies que habitam o local.
Bico-grosso (Saltator maxillosus)
Cisqueiro (Clibanornis dendrocolaptoides)
A próxima ave a se mostrar foi o Pitiguari (Cyclarhis gujanensis), ave colorida com um bico grande em proporção ao seu corpo, seu nome popular é originado devido a sonoridade do seu canto.
Pitiguari (Cyclarhis gujanensis)
Em outro momento fomos contemplados com a aparição simultânea de duas espécies, Bico-chato- de- orelha- preta  (Tolmomyias sulphurescens) e o Cabeçudo (Leptopogon amaurocephalus), aves de pequeno porte que possuem vocalizações muito características possibilitando sua identificação, porém de difícil visualização, pois sua plumagem olivácea lhe permite uma boa camuflagem.
Cabeçudo (Leptopogon amaurocephalus)
Diversas espécies deram as caras, infelizmente não permitiram registros fotográficos, mas sim um show de acrobacias entre as árvores, mostrado sua destreza e seus maravilhosos cantos, que encantam
qualquer ser, algumas delas como: Limpa-folha-de-testa-baia (Philydor rufum), Caneleiro (Pachyramphus castaneus), Choca-da-mata (Thamnophilus caerulescens), pi-puí (Synallaxis cinerascens), Mariquita (Setophaga pitiayumi), entre tantas outras.

Então o amigo Michel sugeriu que a gente fosse até uma poça formada devido às chuvas que ocorrem no ultimo mês, chegando lá foi possível fazer a observação de algumas espécies aquáticas, dentre elas a que  chamou atenção foi a Carqueja-de-bico-amarelo (Fulica leucoptera), mas sem dúvidas a que mais nos encantou pela performance, foi o Mergulhão-caçador (Podilymbus podiceps) que desfilava pela pequena poça com toda sua família, e  com esta bela imagem grafada em nossas mentes a passarinhada pela parte da manhã se dava por encerrada.

Carqueja-de-bico-amarelo (Fulica leucoptera)

Mergulhão-caçador (Podilymbus podiceps)

 Pela parte da tarde visitamos dois locais: o Residencial Solar das Missões e a Universidade Federal de Santa Maria- campus Palmeira das Missões. Devido ao forte calor não foi possível a visualização de muitas espécies, mas algumas apareceram para abrilhantar a tarde tais como: Ferreirinho-relógio  (Todirostrum cinereum), Juruviara (Vireo chivi), Chopim-do-brejo (Pseudoleistes guirahuro), Caboclinho-branco (Sporophila pileata), Caneleiro-de-chapéu-preto (Pachyramphus validus) e Irerê (Dendrocygna viduata). Assim findou-se mais um dia de observação e admiração por esses seres alados.

Bida
Irerê (Dendrocygna viduata)




terça-feira, 12 de janeiro de 2016

O último lanche do dia!

Ultimamente o nosso destino de todas as tardes tem sido o mesmo: pôr do sol.
Numa dessas idas e vindas avistamos um pontinho parado no céu e quando nos aproximamos, o comportamento não enganava, era o gavião-peneira (Elanus leucurus).



Fotos: Thuani e Luís Eduardo

É sempre incrível encontrar esta ave, ainda mais quando está se alimentando. Este gavião de olhos vermelhos é inconfundível porque paira no ar enquanto procura uma possível presa, e foi assim que o fotografamos.
Após observarmos a ave alçando voo para longe retornamos ao objetivo original: o fim de mais um dia na aquarela do céu. 

Foto: Thuani Saldanha
A quem interessar possa amanhã estaremos realizando mais uma saída, com início às 6:30 da manhã, interessados podem entrar em contato para maiores informações.
Até a próxima
Thuísa e Bida





sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Hoje, dia do fotógrafo, foi o dia escolhido para a nossa primeira saída oficial como “The birders”, acompanhados da nossa colega de trabalho e amiga Bruna Linéia Parahyba.
Iniciamos nossa lista logo na saída de casa, às 7:45 da manhã, onde encontramos a andorinha-serradora (Stelgidopteryx ruficollis) pousada no fio de luz.  

Andorinha-serradora (Stelgidopteryx ruficollis). Foto: Thuani Saldanha
Após o registro desta espécie seguimos para o local escolhido, o campus da UFSM (horto florestal), onde em 2012 começamos nossa jornada de “passarinhólogos”, sabendo pouco ou quase nada sobre as aves.
Logo na chegada um novo registro para o campus, um macho solitário de pica-pau-dourado (Piculus aurulentus), que mostrou sua vocalização e tamborilar e em seguida voou para longe.

Pica-pau-dourado (Piculus aurulentus) no alto de um eucalipto. Foto: Luís Eduardo




O nosso residente peculiar, ferreirinho-relógio (Todirostrum cinereum) também marcou presença, evidenciando que o campus e a cidade foram um bom lugar para ampliar sua distribuição (Palmeira é apenas a segunda cidade do Estado a registrar esta sp.). 

Ferreirinho-relógio (Todirostrum cinereum). Foto: Luís Eduardo

Os migratórios também estiveram presentes, são eles: bem-te-vi-rajado (Myiodynastes maculatus), peitica (Empidonomus varius) e guaracava-grande (Elaenia spectabilis).
Após o registro de 42 espécies, deixamos o campus sem destino traçado, percorrendo estradas onde já foram feitos registros interessantes, incluindo o Aeroclube e o Residencial Solar das Missões. Foram encontradas mais 35 espécies, incluindo o curioso joão-bobo (Nystalus chacuru), nomeado assim por permanecer imóvel com a aproximação humana, havia na localidade um casal e um indivíduo jovem, marcante pela plumagem diferente dos pais.

João-bobo (Nystalus chacuru) com plumagem juvenil. Foto: Luís Eduardo 
João-bobo (Nystalus chacuru) adulto. Foto: Thuani Saldanha

Por fim, no Aeroclube de Palmeira das Missões fizemos o registro da sempre presente, e muito expressiva, coruja-buraqueira (Athene cunicularia), um indivíduo de polícia-inglesa-do-sul (Sturnella superciliaris) e também o pica-pau-do-campo (Colaptes campestris).

Coruja-buraqueira (Athene cunicularia). Foto: Thuani Saldanha
Polícia-inglesa-do-sul (Sturnella superciliaris). Foto: Luís Eduardo
Pica-pau-do-campo (Colaptes campestris). Foto: Luís Eduardo


No total foram 77 espécies (ouvidas e visualizadas) ) que muitas vezes passam despercebidas pelo olhar humano, mas que para nós são de uma importância sem fim. A observação de aves é terapêutica, encantadora e viciante e estão todos convidados a experimentar estas sensações. Eles estão em toda parte, basta observar.
Até a próxima!
Bida e Thuísa





quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Afinal, quem somos nós?

Para quem ainda não nos conhece ou não acompanha nosso trabalho, fomos membros do Projeto de levantamento das aves do campus da Universidade Federal de Santa Maria, em Palmeira das Missões, durante os anos de 2013 e 2014, juntamente com nossa orientadora Mabel e colegas de curso Bruna, Hyago e Rauter.
No ano de 2015 realizamos o Projeto “Olha o passarinho!”, também com o mesmo grupo (e nosso novo membro: Ramiro), com intuito de levar até as escolas um pouco da prática de observação de aves e também a importância da conservação das mesmas, orientados pela Professora Marilise Krügel e Professor Everton Behr que realizam este belíssimo trabalho na sede da UFSM e também no campus de Silveira Martins.
Somos membros do grupo “Observadores do Planalto Médio - RS” onde são realizadas saídas de campo mensais em busca de novos e importantes registros para a região.

E por último, mas não menos importante, somos um casal de namorados (desde 2013), que nas horas vagas (e não vagas também) buscam na observação de aves uma forma de estar em contato com a natureza, analisar os mais diversos comportamentos, aventurar-se, e, acima de tudo divertir-se. 
A partir de hoje relataremos aqui nossas vivências, sejam elas boas ou não, para que possam conhecer um pouco mais deste trabalho/hobby, que tanto nos encanta, e quem sabe acabaremos por contagiá-lo para que também queira se aventurar conosco. 
Esperamos que gostem.
Até a próxima!